FETAEMA lança livro sobre conflitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais em 2020

A Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Maranhão realizou na noite desta quarta-feira (15) o lançamento do livro Conflitos e Lutas dos Trabalhadores Rurais no Maranhão em 2020, organizado por Diogo Cabral, em parceria com: Angela Silva, Edimilson Costa, Luís Antônio Pedrosa, Letícia de Martini, Ronaldo Sodré, Ana Tereza Ferreira e com prefácio do Prof. Alfredo Wagner.

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O livro descreve casos de conflitos agrários e socioambientais ocorridos no estado no ano de 2020. Nas páginas, é registrado o aumento da violência no campo; com ameaças e ataques do agronegócio contra posseiros, assentados, quebradeiras de coco, quilombolas e geraizeiros. O documento também conta com depoimentos de trabalhadores rurais, agricultores e agricultoras familiares expondo as brutalidades do modelo de desenvolvimento do Maranhão.

“A FETAEMA lança esse material com o intuito de documentar a luta dos trabalhadores e trabalhadoras rurais por direito a seu território e das ameaças e violências que são submetidos devido as pressões do capitalismo e da falta de cuidado das instituições estatais”, falou a presidenta da Federação, Angela Silva.

O secretário de política agrária, Edimilson Costa ressaltou o papel de denúncia do material. “Esse momento foi histórico, pois foi o primeiro livro lançado pela Federação sobre conflitos agrários. Nós estamos denunciando o que está acontecendo no estado e esperamos que as autoridades competentes possam resolver esses problemas que nós agricultores familiares”, disse.

No decorrer de 2020 a FETAEMA contabilizou 79 situações de conflitos, abrangendo 165 comunidades , em 33 Municípios e envolvendo 7.262 famílias e mais de 840 mil hectares de unidades familiares de trabalhadores rurais invadidos. Nestas ocorrências de conflito foram registrados 3 assassinatos de trabalhadores rurais e 79 ameaçados de morte.

Para o advogado da Federação e organizador do livro, Diogo Cabral, a publicação pode ser considerada um documento atualizado pelo fato de ser produzido também por quem está na luta por terra e território do Maranhão. “É um marco da luta do campesinato e dos povos tradicionais do Maranhão, pois revela suas lutas e resistência, revela violência e violações aos direitos humanos e aponta saídas para a crise ecológica, conflitos agrários e situações de violência no campo”, pontuou.

O evento contou com a fala dos autores Angela Silva, Edimilson Costa, Luís Antônio Pedrosa, Diogo Cabral e Letícia de Martini, além do secretário de Finanças e Administração da FETAEMA, Chico Miguel; do secretário estadual de Direitos Humanos e Participação Popular, Chico Gonçalves; e do presidente da Contag, Aristides Veras dos Santos.

FOTOS DO LANÇAMENTO