FETAEMA: POR UMA CANDIDATURA DA AGRICULTURA FAMILIAR AUTÔNOMA E DE LUTA

 

Com Lula, Weverton e Chico Miguel!

No dia 2 de abril, último dia da janela partidária, nós do MSTTR do Maranhão, tivemos que tomar uma decisão drástica: retirar nossa pré-candidatura a deputado estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) para outra sigla partidária.
Ao longo dos governos Flávio Dino, contribuímos para consolidar um campo político coerente com a plataforma da reforma agrária, da agricultura familiar e dos povos e comunidades tradicionais.
Nos últimos anos, os espaços políticos se estreitavam para nós, ao mesmo tempo em que os indicadores do campo pioravam. Sob o Governo Bolsonaro, ocorreram diversos ataques contra os trabalhadores rurais, seja na destruição das políticas públicas de reforma agraria, agricultura familiar, previdência social, educação no campo. Sob este governo, ocorreu um genocídio que matou milhares de agricultores familiares, indígenas, quilombolas em razão da COVID-19. No Maranhão, não avançamos na erradicação da pobreza do campo, falhamos na implementação de um projeto de desenvolvimento rural justo e solidário e pioramos nos dados de violência fundiária, com recordes de conflitos e pessoas assassinadas no campo maranhense e do aumento da destruição do Cerrado e da Amazônia
Sem desrespeitar os limites políticos de aliados, apresentamos uma candidatura a deputado estadual, como forma de exercício de um direito à participação política, alinhada com a necessidade de representação política da nossa categoria no parlamento estadual. Exatamente nesse parlamento onde um estranho vazio político se instalou, silenciando o clamor dos camponeses do estado, que denunciam sem ser ouvidos as ameaças, os homicídios, as grilagens e os despejos forçados.
Ao longo do processo de consolidação da candidatura, percebemos que o PT cada vez mais se encaminha para inviabilizar a participação política dos seus militantes orgânicos, em detrimento de uma estratégia de subordinação a um projeto político local, descolado de uma visão que liberte a classe trabalhadora rural de suas diversas opressões.
Sem negar a importância desse partido, mas carentes do espaço necessário para viabilizar nosso projeto político, nesta conjuntura difícil, optamos por ousar desafiar o projeto político imposto por elites rurais de nosso estado. O MSTTR não pretende mais relegar a segundo plano o seu protagonismo e seu legítimo direito de ocupar o espaço político correspondente à presença do trabalhador rural na sociedade maranhense.
Nesse sentido, buscamos uma nova sigla – o PDT – na qual travaremos novas batalhas pela construção de um novo espaço de poder no estado, compromissado com a luta dos povos do campo, das águas e das florestas e – o que empresta sentido à democracia – a autonomia dos movimentos sociais.
Onde estivermos, empregaremos todas nossas energias a serviço de uma sociedade mais justa, tendo como horizonte um modelo alternativo de desenvolvimento, no qual o acesso à terra e território e a proteção da natureza sejam objetivos práticos a serem alcançados, sem rodeios e sem covardias.
Ao longo desse processo complexo, conformaremos os destinos da nossa base social, que nos confiou a missão histórica de lançar as sementes de um projeto político de autonomia e de defesa intransigente da nossa categoria, dentro do campo do socialismo e da esquerda brasileira.
Por isso, de mãos dadas com a esperança, conclamamos cada sindicato e cada liderança sindical para essa batalha onde afirmaremos nossa capacidade de luta, construindo uma candidatura popular que expressa a face autêntica do nosso movimento, com LULA para presidente do país, WEVERTON para governador do Maranhão, e o companheiro CHICO MIGUEL sendo o nosso pré-candidato a deputado estadual.

São Luís/MA, 06 de abril de 2022.

Diretoria da FETAEMA
Coordenações Regionais
STTRs e Delegacias Sindicais
Dirigentes Sindicais e Associações de Trabalhadores Rurais