Ainda sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no dia
05 de junho, a FETAEMA e seus 215 Sindicatos filiados lembram
da importância de nos posicionarmos contra o agronegócio e
empresas que exploram e matam os nossos biomas e os
guardiões dos recursos naturais (trabalhadores rurais
agricultores e agricultoras familiares e povos tradicionais).
FETAEMA e Sindicatos resistindo e lutando pela construção de
um Maranhão e Brasil com sustentabilidade e responsabilidade
com o meio ambiente!
Essa luta é de todos nós!
Sobre a temática ambiental, compartilhamos também um artigo
da geógrafa da Universidade Estadual do Maranhão, Daniela
Strasser.
Leia!
O Brasil desde 2008 bate recordes no consumo de
agrotóxicos, esse número acompanha o processo de expansão
da fronteira agrícola, avanço do agronegócio sobre as áreas de
preservação, comunidades rurais e a exploração dos recursos
naturais.
Esse avanço representa entre 2007 a 2015 cerca de 80
mil intoxicações, esse dado acompanha o avanço do seu
consumo já que o Brasil junto aos Estados Unidos em 2017
representaram 18% de todo o consumo mundial.
Atrelado a atual conjuntura política entre 2018 a 2022 é
observado o avanço de agrotóxicos liberados para o uso em
diferentes ocasiões pelo Governo brasileiro, ao analisarmos a
evolução da liberação no país, observamos que em 20 anos os
números passaram de 82 para 500, ou seja, mais produtos
sendo liberados.
No ano de 2019 foi liberado 474 novos agrotóxicos e em
2020, 493, de acordo com o Ministério da Agricultura (2021),
ou seja, nos dois primeiros anos de mandando de Jair
Bolsonaro, foram liberados e despejados na mesa do povo
brasileiro, 967 novos tipos de agrotóxicos. Os números
alarmantes não param de ser contabilizados e 2021
quinhentos novos tipos de venenos foram aprovados,
representando percentual de 1,4% maior que o ano anterior.
Ao observar os dados referentes ao ano de 2010, no qual
foram liberados 104 tipos de agrotóxicos e observar em 2016
com 277, ano do golpe, houve aumento de 166%.
Nesse sentido, observa-se que os números alarmantes
não existem isolados, haja vista, que todo o processo de
desmatamento, conflitos agrários e socioambientais surgem
em detrimento a supervalorização do agronegócio.
Se o desmatamento aumentou significa dizer que mais
área para o monocultivo da soja foi aberto e mais veneno será
preciso para controle de pragas, mais venenos para “suprir”
essa alta demanda produtiva.
O Maranhão nas décadas de 1960, 1970 e 1980 passou a
sofrer intenso processo de transformação socioespacial e
territorial, haja vista que com a crescente procura por terras
baratas e a expansão agrícola, o território maranhense foi alvo
dos “gaúchos” para instalar aqui um celeiro de
“desenvolvimento” para a expansão da produção de
monoculturas, como a soja, que de acordo com Sodré “em
pouco menos de três décadas, a soja tornou-se não só a cultura
mais importante do agronegócio maranhense, mas, também o
produto da agricultura mais importante economicamente do
estado”.
Temos no Maranhão casos emblemáticos de denúncias
feitas por trabalhadores rurais, em que através de ações
criminosas empresas ligadas ao agronegócio têm utilizado da
pulverização aérea para cometer crimes ambientais atingindo a
saúde física e mental dos agricultores e povos tradicionais, além
de prejudicar o meio ambiente, a exemplo das comunidades
Araça e Carrancas do município de Buriti, região leste
maranhense, no qual centenas de pessoas, idosos, crianças e
mulheres, foram vítimas do crime ambiental.
Através de articulação da Federação dos Trabalhadores
Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do
Maranhão (FETAEMA) com a base sindical e câmara de
vereadores, foi encaminhado projetos de leis em regioes que
possuem altas incidências de conflitos agrários e ambientais. Os
projetos de leis versam sobre a proibição de pulverização aérea,
sendo um projeto de lei pioneiro no estado do maranhão no qual
teve aderência nos municípios de Duque Bacelar, Barreirinhas,
Brejo, São Benedito do rio preto e dentre outros.
A secretaria de meio ambiente da FETAEMA atuando no
âmbito estadual, tem ocupado espaços de poder que auxilia os
trabalhadores e trabalhadoras rurais e viverem e desfrutarem de
seus território de forma sustentável e integrado a natureza.
Nesse sentido, participa diretamente de conselhos e comitê
estratégicos que discutem pautas socioambientais, como
Conselho Estadual do Maranhão, Comitê de Bacias Hidrográficas
do Rio Pindaré e mais recentemente compôs o Conselho
Consultivo do Parque do Mirador.
São movimentos importantes para salvaguardar os
verdadeiros guardiãs da natureza onde reproduzem seu modo de
vida sustentável, mantem tradicionais seculares e permitem que
haja um meio ambiente equilibrado.
O compromisso da pauta ambiental no Maranhão é uma
bandeira que a FETAEMA através da secretaria de meio
ambiente levanta.